Entre 25 de janeiro, data do rompimento da barragem, e 6 de fevereiro de 2019, a plataforma de monitoramento digital Torabit coletou e analisou 2.075.431 menções nas redes sociais sobre o a tragédia de Brumadinho.
Veja aqui a reportagem completa sobre esse estudo da tragédia de Brumadinho que foi no ar na Globo News 🙂
Além das palavras automaticamente ligadas ao assunto (como Brumadinho, Mariana, Vale, tragédia, barragem…) um dos termos que se repete com grande frequência é “crime”.
Entre os políticos, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) é o mais ligado ao assunto Brumadinho, com repercussões tanto positivas quanto negativas (principalmente em relação à promessa de reduzir o rigor da legislação de proteção ambiental).
O ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT) surge com muito mais citações do que o atual, Romeu Zema (Novo). Outro termo polêmico é Israel, ou Exército de Israel, com menções elogiosas e críticas aos militares daquele país que vieram dar assistência ao trabalho de busca das vítimas.
Por ordem, os três maiores protagonistas institucionais deste universo de comentários são: Vale, vítimas e o governo federal.
Também por ordem, os três assuntos mais comentados são buscas/mortes, campanhas de ajuda e meio ambiente.
A Vale é a instituição mais vinculada a termos negativos. A mineradora é, seguramente, vista como culpada e relacionada a termos como Justiça (pedidos para ela seja feita), meio ambiente (e sua destruição) e mortes. O período de maior repercussão foi durante o sábado, um dia após o rompimento da barragem do Feijão.
O dossiê abaixo detalha os diferentes aspectos do monitoramento deste assunto nas principais redes sociais –Twitter, Facebook, Instagram, YouTube– e em sites de notícias e blogs.
A Vale e as vítimas foram os principais protagonistas do tema, pelo menos no que diz respeito à discussão nas redes, com 31,1% e 17,6% do total de menções, respectivamente. Além disso, o governo federal (15,9%), o Exército israelense, e toda a polêmica sobre sua ajuda nas buscas (12,5%), e os bombeiros (11,6%) também tiveram destaque no período.
Os protagonistas do rompimento
A Vale e as vítimas foram os principais protagonistas do tema, pelo menos no que diz respeito à discussão nas redes, com 31,1% e 17,6% do total de menções, respectivamente. Além disso, o governo federal (15,9%), o Exército israelense, e toda a polêmica sobre sua ajuda nas buscas (12,5%), e os bombeiros (11,6%) também tiveram destaque no período.
Indignação, buscas e solidariedade
Com relação aos assuntos mais citados, a repercussão das buscas pelas vítimas obteve maior destaque, com 29,6% das menções. A campanhas de ajuda e doação (15,1%), o impacto ambiental da tragédia (14,5%), a lembrança do rompimento da barragem em Mariana (13,1%), e os pedidos por Justiça e punição aos responsáveis (12,9%) foram outros assuntos que estiveram bastante presentes na discussão.
O que está por trás de cada protagonista da tragédia
O cruzamento entre os principais protagonistas da tragédia e os assuntos das menções mostra que, quando os comentários foram sobre a Vale, se destacaram termos relacionados aos pedidos por justiça e punições para representantes da empresa, ao meio ambiente, e às mortes causadas. Também tiveram força comentários que relacionaram a tragédia aos lucros da empresa e ao rompimento da barragem de Mariana (MG).
Já quando a atuação do Exército de Israel e dos bombeiros era o foco, as buscas pelas vítimas foram os assuntos mais citados. Com relação ao governo federal, o destaque esteve principalmente com relação ao meio ambiente. Por fim, quando o protagonista era o tema vítimas, os assuntos principais foram campanhas para doações e ajuda aos sobreviventes.
Os dias de choque e poeira baixando
Os dias 26 e 27 janeiro (dois dias seguintes ao rompimento) registraram os picos de comentários, que tiveram queda considerável a partir do dia 30. Na sexta, 1 de fevereiro, as menções cresceram um pouco por conta da divulgação dos vídeos do rompimento, com a tendência de queda retornando nos dias seguintes. À medida que os principais veículos de imprensa reduzem a exposição da tragédia, as redes sociais também diminuem sua atenção para o desenrolar dos fatos em Brumadinho.
Sudeste repercute
Os três maiores estados da região Sudeste foram os que mais comentaram o rompimento da barragem em Brumadinho. São Paulo liderou com 22,7% das menções, seguido por Rio de Janeiro (20,4%) e Minas Gerais (15,9%).
Por gênero
Os homens comentaram um pouco mais que as mulheres a tragédia, com 54,6% e 45,4% das menções respectivamente.
Maiores Influenciadores
Entre os perfis que obtiveram maior alcance nas redes, ao falar sobre a tragédia de Brumadinho, destacam-se principalmente alguns veículos de mídia, tanto internacionais, como New York Times, CNN e BBC, e nacionais, como Globo, G1 e Veja, além de diversas celebridades, entre elas Neymar, Danilo Gentili e Padre Fábio de Melo. O post individual com mais alcance foi do jogador do PSG, que compartilhou a charge da dupla “Os Gêmeos” sobre o ocorrido. Já o influenciador que mais postou, entre os que obtiveram maior alcance, foi Danilo Gentili, com 8 postagens no Twitter sobre o tema, principalmente retweets com cobranças e críticas aos responsáveis.
O grafo de conexões, no qual cada ponto é uma pessoa que falou sobre o assunto nas redes, mostra que não houve grandes influenciadores monopolizando o debate sobre o tema. A viralização foi grande e muito bem distribuída, com o assunto gerando muitas interações nas redes, sem um único foco. Ainda assim, é possível identificar que o presidente Jair Bolsonaro teve um grande cluster de influência, ele é o núcleo da cor azul. Suas três mensagens que mais repercutiram foram a do compartilhamento das ações do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do anúncio da chegada da ajuda do Exército israelense e que o padre Fábio de Melo com seus tuítes sobre solidariedade e justiça no cluster roxo tiveram grande influência na reverberação do assunto Brumadinho nas redes.
Publicado no dia 6 de fevereiro de 2019