Se você piscou nos últimos dias e apareceu um vídeo perfeito demais na sua timeline, com gente falando bonito, cenário de filme e trilha sonora redondinha… calma: talvez nem seja gente de verdade. Nesta edição, a gente te conta tudo sobre o tal do Veo3. Tem também a história da Marisa Maiô, o principal exemplo de uso desta ferramenta na última semana. E pra fechar, preparamos um guia rápido com sinais pra você não cair tão fácil em vídeos e fotos gerados por IA.
Veo3 da Google: o Spielberg em suas mãos (ou quase isso)
Veo3 é o novo modelo de geração de vídeo da Google DeepMind que não só cria imagens realistas como também já gera som, incluindo efeitos, ruídos de ambiente e até diálogos sincronizados. A qualidade da imagem é assustadora, com fidelidade a detalhes como física, iluminação e movimento. O modelo aceita textos ou imagens como ponto de partida e consegue seguir instruções complexas de forma bem precisa. Para criadores mais experientes, existe também o Flow, uma interface do Google que permite controlar ângulos de câmera, cena, continuidade entre cortes, além permitir a adição de elementos visuais extras. O acesso está disponível por meio das assinaturas Google AI Pro (uso limitado) ou Ultra (uso completo, incluindo o áudio nativo do Veo 3 em Flow). Para promover transparência e combater deepfakes, todos os vídeos gerados carregam uma marca digital invisível (SynthID), indicando que são conteúdos de IA. É viver para ver, literalmente.
Prazer, Marisa Maiô
Marisa Maiô é uma apresentadora de programa de auditório que parece saída da TV dos anos 2000, mas na verdade é feita por inteligência artificial. Criada pelo roteirista Raony Phillips justamente com a ferramenta Veo3 que falamos acima. A personagem virou febre nas redes sociais com vídeos que misturam humor escrachado, deboche e referências a programas clássicos como “Casos de Família” e “Programa do Ratinho”. O sucesso foi tanto que já rendeu sua primeira ação publicitária: uma campanha do Magazine Luiza para o Dia dos Namorados, em que Marisa faz piada com relacionamentos e apresenta produtos da marca como sugestões de presentes. Leia mais
Dicas práticas para qualquer pessoa identificar se uma foto ou vídeo pode ter sido gerado por inteligência artificial, mesmo sem ser especialista:
1. Olhar “vazio” ou desfocado
Personagens gerados por IA costumam ter um olhar fixo ou meio sem expressão, como se estivessem “olhando através” da câmera.
2. Cores e iluminação irreais
Cenas com brilho exagerado, sombras estranhas ou cores muito saturadas podem ter sido criadas artificialmente.
3. Sincronização entre áudio e boca
Se a fala parece não acompanhar bem o movimento labial, pode ser IA. Isso vale principalmente em vídeos com diálogos longos.
4. Pele perfeita demais (ou textura de plástico)
A IA tende a criar peles lisas e uniformes, com brilho artificial. Nem um poro, nem uma espinha, nem uma manchinha.
5. Reflexos e sombras esquisitos
Repare em espelhos, óculos, superfícies metálicas e sombras múltiplas. A IA ainda comete erros sutis nesses detalhes, como reflexos que não batem ou sombras cortadas.
6. Brilho nos olhos e reflexo na pupila
Em close, dá pra notar se os olhos refletem luzes de forma artificial, ou até mostram reflexos que nem fazem sentido com a cena. Às vezes falta profundidade também.
7. Contexto suspeito ou coincidências demais
Use o bom senso. O vídeo mostra algo raro demais, perfeito demais, engraçado demais pra ser verdade? Talvez seja IA. Talvez seja fake.
Por hoje é “só”.
Abraços,
Equipe Torabit
Publicado no dia 9 de junho de 2025